Bloody Mary X Red Snaper, quem veio primeiro?

O antológico Bloody Mary completou no ano passado seu 86º aniversário. A longevidade de uma das mais clássicas receitas da coquetelaria de todos os tempos é proporcional à variedade de teorias sobre seu surgimento. Entretanto, uma apuração mais atenta com diversas referências mundo afora, leva sempre ao mesmo nome: o francês Fernand 'Pete' Petiot

A maioria dos historiadores de coquetéis concorda que a mistura original foi inventada pelo jovem Petiot em 1921, no Harry's New York Bar, em Paris. A mistura original levava vodka -  que chegava com força à França com os emigrados da Revolução Russa -, suco de tomate enlatado americano (super novidade da indústria alimentícia na época), molho Worcestershire, sal e pimenta caiena ''até atingir a picância''.

Em 1925, Petiot e seu Blood Mary - uma alusão à sanguinária rainha inglesa Maria Tudor - fizeram um breve passeio pelo Canal da Mancha. Em Londres, 'Pete' trabalhou como barman no Savoy Hotel, onde Mary Duke Biddle, então proprietária do St. Régis Hotel, em Manhattan, foi absolutamente seduzida por seus talentos atrás do balcão. Mas só em 1934, com o fim da Lei Seca americana, ele atravessou o Atlântico e assumiu seu lugar como chefe de coquetéis do King Bar. No célebre bar do St. Régis, a bebida finalmente 'pegou' e se tornou febre em Nova Iorque, ganhando admiradores ilustres como Ernest Hemingway. 

No ano seguinte o Bloody Mary subitamente passaria a ser chamado de Red Snapper. Uma das histórias conta que Vincent Astor, que comprou o St. Régis em 1935, se opôs ao nome original e insistiu que fosse alterado por causa da sua 'vulgaridade'. Mas o principal motivo do 'novo batismo' foi a substituição na receita da vodka pelo gim (bingo!), destilado muito mais popular (e acessível) nos Estados Unidos naquela época. Mas o fato é que, para o senso comum, o Bloody Mary acabou levando a melhor e se eternizou na história. 

Hoje, mais de oito décadas depois, a luxuosa e premiada rede de hotéis tem uma receita diferente do coquetel - o Bloody Mary, que fique bem claro -  para cada um de seus 50 endereços ao redor do mundo. 

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