Cinco coquetéis com gin que marcaram a história

 

Muito provavelmente você não saiba, mas o gim já foi usado como remédio até contra a peste bubônica e, junto com a tônica, costumava ser consumido para combater a malária. Depois disso, foi o protagonista absoluto das bebidas e dos coquetéis por séculos, mas sofreu com as guerras e com o período da Lei Seca americana, nos anos 1920 e 1930. Quando tudo levaria a crer que seu consumo voltaria ao normal, foi trocado pela vodka na década de 1950. 

Mas até o mundo dos coquetéis dá voltas, e nos anos 1980, o gim começou a recuperar prestígio no mundo, mas teve sua redenção quase três décadas depois, quando Ferran Adrià decidiu subverter a apresentação do clássico gim tônica. Antes servido em copo long drink, o lendário chef espanhol que revolucionou a gastronomia mundial - com sua cozinha molecular no extinto  restaurante El Bulli - também deixou marcas na coquetelaria ao apresentar o drinque em taça, evitando que o calor das mãos alterasse a temperatura do drinque. Foi a gota d'água para que a bebida feita (originalmente) com álcool neutro e zimbro fosse reconduzida de vez ao seu trono, inclusive (e sobretudo) no Brasil. Além do gim tônica, outros coquetéis com o destilado também entraram para a história por suas origens inusitadas, por vezes até intrigantes. Confira:

 

NEGRONI: 

Foi criado em Florença em 1919, quando o famoso conde Camillo Negroni, um bon vivant da época, pediu para o seu amigo e barman no Caffe Casoni turbinar seu habitual drinque Americano, trocando água com soda por gim (bingo!). A invencionice do conde - três medidas iguais de gim, Campari e vermute doce mexidos com gelo e finalizados com casca de laranja - se tornaria um dos coquetéis mais famosos da história. Sabia que o negroni é conhecido também como o 'coquetel do aeroporto', devido à simplicidade de sua preparação? 

 

MARTINI: 

Este coquetel mundialmente famoso é ainda mais antigo que o Negroni, data da década de 1860. Embora a origem real não seja lá muito precisa, sabe-se que o martini evoluiu de um coquetel chamado Martinez, surgido nos Estados Unidos. A sede por novos drinques levou ao que muitos historiadores chamam até hoje de "Revolução Americana de Coquetéis", uma alusão à  Revolução Industrial que estava em curso no país. O onipresente gim martini ficou famoso por causa de Jerry Thomas, um barman americano que possuía bares em Nova Iorque, conhecido por seu trabalho pioneiro na popularização de coquetéis. Para ter uma ideia da fama de Thomas na época - estamos falando em século XIX -  ele se notabilizou também por ganhar tanto (dinheiro) quanto o vice-presidente dos Estados Unidos.



MARTINEZ: 

Já mencionado acima, este coquetel é considerado o precursor do Martini e  foi imortalizado no histórico guia 'O Bartender Moderno', de O.H. Byron, em 1884. Byron não era um escritor muito dado a firulas, então a receita do Martinez no guia dizia literal e objetivamente: "A mesma do Manhattan, apenas substitua o uísque por gim". E ponto final! 

 

VESPER MARTINI:

Por último, mas não menos importante, por ter James Bond na jogada! Embora a vodka martini usual seja mais conhecida nas aventuras de Bond (“shaken, not stirred”/ "agitada, não mexida", dizia ele), é o vesper martini a verdadeira invenção de Ian Fleming. De fato, a primeira citação a esse coquetel apareceu por escrito logo no capítulo 7 do lendário 'Casino Royale'. Sem mais!

Martini

Martini

Martinez

Martinez

Negroni

Negroni